CONSTELAÇÃO e HUMANIDADES @Liz: O diferencial desse trabalho é o cultivo dos saberes, práticas e artes dos sentimentos e também do pensamento. Nessa abordagem, o espaço e o movimento para o auto conhecimento são entendidos e construídos tanto no aprofundamento do contato com os sentimentos, memórias e inconsciente, quanto na escuta do corpo físico e da estrutura mental. Reconheço a necessidade de elaboração de alguns conteúdos que surgem durante os trabalhos transpessoais. A transpessoalidade possibilita o reconhecimento do vínculo do indivíduo com o Todo – dos atravessamentos dos Tempos, da História, do espaço onde se vive (viveu), da memória dos ancestrais e da própria humanidade – e muito mais; mas a conquista de um entendimento simples e desmistificado é de fundamental importância para a materialização de novos aspectos da vida cotidiana que se transforma unicamente com nossas ações diretas na vida presente. Essa não é a melhor compreensão sobre os processos de cura – essa é apenas a minha melhor compreensão elaborada em anos de auto trabalho e de estudos e práticas. Essa é a minha melhor oferta ao mundo, meu diferencial que se une à vários outros tão significativos e importantes quanto o meu diferencial – cada um com sua alegria de ser e estar, com sua contribuição.
Nas Constelações e Humanidades trabalhamos com base na memória ampliada que é, na verdade, um olhar conceitual e experimental sobre esse importante elemento em nós que nos torna HUMANOS. A memória é algo muito mais extenso e profundo do que somente o ato de fixar – e nos oferece uma extraordinária oportunidade de mapearmos com profundidade nossos percursos e dos nossos ancestrais, nos liberando de bloqueios herdados e vividos, para expressarmos e sermos na vida o que escolhemos com liberdade, integridade e satisfação.
Com isto, a Filosofia e a Psicanálise, bem como História da Arte, dentre outros saberes, participam de forma ativa de cada encontro e dos horizontes que descortinamos com as terapias, jornadas e formações. A maioria das propostas dos meus trabalhos é oferecida com mais de 4 dias de encontros, pois pra mim é importante que as pessoas tenham a oportunidade de refletir sobre os temas e estruturas a partir dessas experiências transpessoais, bem como de testar suas capacidades para criar algo novo, de investigar e mapear mais profundamente os percursos dos seus próprios reais desejos desvinculados das projeções e cobranças externas.
A visão sobre as raízes é ampliada com muita facilidade ao longo dos trabalhos, trazendo a perspectiva de uma só raíz humana, bem como da possibilidade de emancipação das dificuldades recorrentes tanto da família de cada um, bem como do ser enquanto parte da humanidade, de forma profunda. O encontro do seu próprio centro (que é o ponto de cura e emancipação constantemente construído e apontado por Bert Hellinger e por Alexandra Caymmi) é também considerado na @Liz como ponto central. Em todos os trabalhos é feito alguma meditação guiada e/ou exercícios com o Campo das Constelações para a ampliação desse tema das raizes humanas, reverenciando a primeira lei do Bert Hellinger que é a do pertencimento e que diz: “Todos Fazem Parte”.
Bert Hellinger fala a respeito da força das raízes e da real e presente disponibilidade para a vida de cada pessoa – com a TSFI da Alexandra Caymmi reconhecemos que em alguns casos é preciso a criação de novas raízes. No @Liz nos consideramos as duas possibilidades e temos também a referência que ultrapassa a necessidade de criação de mitos para novas raízes e novos seres. Constelações e Humanidades atua sobre a possibilidade de nos tornar seres livres e rizomáticos – que sejamos os movimentos livres dos desejos e humanidades no presente da vida feliz, independentemente do grau de cura alcançada para as raízes, pois a vida é urgente. Metodologicamente, outra diferenciação importante é a fala sobre os trabalhos – incentivamos que a elaboração mental seja feita por meio dos trabalhos da equipe ou por outros meios desejados, mas que seja considerada, inclusive, durante os trabalhos segundo o método @Liz. A fala sobre os trabalhos de constelação é, em alguns momentos, incentivada. Entendo que é de fundamental importância a elaboração mental – ela pode e deve participar do movimento de transformação alquímica dos outros corpos emocionais e energéticos.
Todo trabalho alquímico aqui oferecido é direcionado por uma ética refinada, onde a voz e o lugar do outro são respeitados, ao mesmo tempo em que os movimentos e questões mostrados pelo Campo da Memória são considerados como pontos centrais a serem acolhidos e direcionados segundo a verdade da alma e do coração do cliente – para a melhor solução possível, com leveza e amor. Na medida em que se deseja aprofundamento, os trabalhos oferecidos por Janaína Liz visam apoiar a busca por compreensão mais elaborada sobre os elementos que aparecem no Campo.
Sejam todxs Bem-vindxs!
SOBRE AS ORIGENS DAS CONSTELAÇÕES E RAIZES DA @LIZ – BERT
HELLINGER E ALEXANDRA CAYMMi
O trabalho de Constelação Familiar Sistêmica foi desenvolvido pelo filósofo, educador e terapeuta alemão Bert Hellinger após muitas pesquisas em busca de uma ajuda efetiva para pessoas com as quais trabalhava em campos de refugiados na África do Sul. Assim, os pontos em que os diversos trabalhos terapêuticos e educacionais não surtiam efeito chamaram sua atenção – e seus esforços resultaram na proposta das Ordens do Amor “CONSTELAÇÃO FAMILIAR” que pode ser compreendido, resumidamente, assim: As Ordens do Amor são movimentos de forças presentes em todas as árvores genealógicas, que sem a atuação consciente pretendem manter o equilíbrio do sistema familiar. Hellinger observou que as heranças de fatos marcantes e/ou traumas não trabalhados, causavam desequilíbrios nas gerações posteriores ao fato. A este fenômeno ele deu o nome de “emaranhamento”, o que mostrava dentro daquela família, padrões desestruturadores capazes de interromper o fluxo da vida e da realização das potencialidades do indivíduo. Isto significa que a memória é algo mais amplo do que comumente entendemos como a capacidade de fixar informações. A Constelação de cada pessoa possibilita que reconheçamos os emaranhados familiares das questões trabalhadas para que, a partir disso, sejam alimentadas as potências de vida, capacitando a pessoa para a recriação de novos horizontes mais significativos para o seus reais desejos. Seus fundamentos teóricos estão na psicanálise freudiana, na terapia do trauma, no exercício e estudos pedagógicos e na fenomenologia filosófica – partes da sua rica trajetória que inclui Teologia(Alemanha), Graduação em Filosofia, graduação em Educação (África do Sul), observação da cultura e dos saberes dos Zulus na África do Sul como missionário da igreja católica, Psicanálise Freudiana (Viena – Áustria) e Traumaterapia (USA).
Considerada breve, a Constelação consiste na análise dos vínculos (de todas as relações – amizade; familiares; profissionais; coletivas; entre o indivíduo e as expressões da natureza da Terra; entre as forças da sua própria natureza, sonhos, projetos, realizações) tendo por instrumento principal a observação fenomenológica (que se pretende imparcial) que acontece através de pequenas dramatizações em grupo ou individual. Essas dramatizações acontecem pela expressão do que Bert Hellinger chama de CAMPO MORFOGENÉTICO e que expressa um ponto central da extensa memória da pessoa a respeito do tema trabalhado. Sua proposta é basicamente a identificação dos bloqueios do fluxo da vida que estão presentes na memória da pessoa e o desatar dos incômodos nós.
Minha professora em Constelação Familiar, escolhida pelo meu coração, é a psicopedagoga Suíça-Brasileira Alexandra Caymmi; que partindo do trabalho de B. Hellinger elaborou uma nova abordagem que denominou de TSFI (Terapia Sistêmica Fenomenológica Integrativa). Refletindo sua trajetória rica e libertária – de estudos e experiências em diversos países, tais como traumaterapia (USA), Renascimento (Suíça), graduação em psicopedagogia e xamanismo no México e no Brasil, Constelação Familiar na Europa, entre outros – Alexandra oferece uma abordagem genuína e generosa da atuação nesse campo de memórias e formas humanas.
Um dos seus principais objetivos é o de liberar as marcas energéticas do trauma e reintegrar partes do ser que foram perdidas no evento traumático. Na TSFI, Alexandra coloca mais atenção em uma das bases utilizadas pelo Bert Hellinger – a Traumaterapia, com o objetivo de liberar os traumas e as suas marcas energéticas, acolhendo dores e cuidando do amor. Além disso, incluiu também elementos xamânicos capazes de amparar o processo, ancorando com clareza os sentimentos mais profundos, intensificando a cura pelos aspectos anímicos, emocionais e espirituais onde possa existir mais resistência; elucida o importante detalhe sobre a memória celular; sobre a necessidade de integração entre corpo, alma e coração; e acerca da constituição humana, reconhecendo que em eventos traumáticos o ser humano perde partes das suas capacidades para vida, isto é, em palavras xamânicas – perde partes da alma (tais como autoconfiança, potência para realização em diferentes níveis, disposição, alegria, entre outros). O resgate dessas partes – que são potencialidades humanas necessárias para que o fluxo da vida siga com liberdade e real satisfação – oferece a perspectiva de se trabalhar de forma bela e intensa.
Tanto a terapia do trauma quanto o xamanismo trabalham de forma clara com a reintegração do que podemos chamar de partes da alma. Essa reintegração pode acontecer de forma evidente no trabalho (por exemplo: durante a constelação pode se apresentar a necessidade de reintegrar a coragem, ou a criança interior feliz, ou a criatividade, entre outros), ou não (isto é, pode acontecer a reintegração de forma expontânea sem sua denominação no momento da constelação).